Hoje faz um ano que viajei para Brasília para reprovar no TAF (teste de aptidão física), então resolvi dar continuidade ao post que comecei no Instagram, contando sobre a minha experiência nesse concurso. Vou relembrar também a primeira parte, para que não acompanhou. Senta que lá vem história!
Bom, para começo de conversa, quando saiu o concurso eu já decidi que nem iria prestar. Poucas vagas (10), o conteúdo estava muito fora do que eu já tinha estudado, porque teria que concorrer na vaga de Biologia, então nem cogitei fazer. Nessa época eu ainda estava me autossabotando, pois não acreditava que tinha capacidade de passar em um concurso desse nível, então fiquei arrumando desculpas – muitas matérias, pouco tempo, poucas vagas (mal sabia eu que eram muitas vagas, comparado aos concursos mais recentes). Alguns familiares então me estimularam a fazer, para treinar, então comprei passagem e comecei a estudar.
Aqui também tive uma segunda lição – nunca faça nada com o pensamento que é “só para treinar”, pois assim você se permite se dedicar menos, mas a realidade é que você nunca sabe se dará certo. Então que seja “para valer”, dê seu melhor e torça para ser suficiente.
No começo de abril de 2016 iniciei os estudos direcionados para a PCDF. Estudava em média 3 horas intensas por dia, quando conseguia um tempo livre chegava a 5h (junto com a faculdade integral). Foram cerca de 2 meses assim, e precisei parar uma semana antes do concurso para me dedicar totalmente às provas da faculdade, que o antecederiam. Minha estratégia foi focar nas matérias que já tinha uma base boa (parte Geral do edital, principalmente), pois já estudava desde 2015 e o cursinho que fiz me deu um norte. Na época eu não tinha livros, então trabalhei com PDFs e cadernos feitos à mão, além do Qconcursos. Não fechei o edital, não consegui estudar tudo o que planejei, nem estudei para as discursivas; estudei bem a parte Geral e na parte Específica ficou faltando bastante coisa. Mas fiz meu melhor e estudei até no avião e nas horas anteriores à prova.
Eu não fazia esquema de revisões regulares, mas mantinha controle de tudo que tinha estudado, se havia feito exercícios, resumos etc.
Lembro até que eu nem sabia que teria discursiva porque não li direito o edital, foi uma pessoa que comentou comigo kkkkkk não façam isso!!! Leiam o edital!! (terceiro ensinamento)
Fui lá, fiz a prova e terminei com 1h de antecedência, mas tempo de prova nunca foi um problema para mim. Minha pontuação na objetiva foi boa (60/80) e começaram a me falar que eu tinha chance de ir para segunda fase, mas eu nem acreditava nessa possibilidade. Na objetiva fiquei entre o 12º e 15º lugar empatada, logo, teria minhas redações corrigidas. Sabia que tinha ido bem em 3 das redações, mas as outras eu escrevi totalmente baseada no meu conhecimento em séries. Minha sorte foi ter caído os temas que eu sabia, porque se tivesse caído algo mais específico de biologia, como da área ambiental, eu não saberia o que escrever. Com as redações corrigidas, fui para 3º lugar, jamais esperei por isso. Vieram os recursos e eu caí pra 9º lugar. Quarta lição: entrem com recurso!!!
Não pude começar a treinar para o TAF até agosto, pois estava em fim de semestre, estudando para provas, fazendo meu TCC e me mudando de volta para Marília-SP (estudava em Maringá-PR). Na verdade foi uma questão de prioridades – era estudar ou treinar, e conseguir terminar a faculdade era o mais importante no momento. Comecei a treinar com um personal quando voltei para Marília, e nesse meio tempo tive vários probleminhas de saúde. Não vou inventar desculpas, a realidade é que o tempo que eu tive até começo de janeiro não foi o suficiente para minha preparação. Sempre fui sedentária e, embora tenha começado academia quando decidi estudar para concursos, eu precisaria de bem mais tempo de treino específico para conseguir fazer todos os testes. Eu não me arrependo, não mudaria nada, nem começaria a treinar antes. Na época em que estava estudando para a prova, eu mal conseguia levar faculdade integral e estudo para concurso, quem dirá fazer atividades físicas – como eu disse, tinha minhas prioridades, mas apesar disso dei meu melhor em todas as etapas.
Passei pelas fases de investigação social e pelos exames médicos, que foram MUITA dor de cabeça. De tanto estresse, voltei de Brasília (da etapa de exames médicos) com uma amigdalite horrível que durou mais de um mês – e resolveu voltar no dia do TAF. Meu corpo não estava aguentando a rotina de estágio, atividade física intensa, e outros assuntos “concursísticos”. Ao mesmo tempo estava fazendo meu estágio curricular e escrevendo meu TCC.
Fui para o TAF porque tinha que tentar fazer, mas eu ainda não conseguia fazer a barra. No mês anterior tive todo tipo de doença que vocês podem imaginar, o que me deixou desanimada e muito ansiosa. Mas eu fui pra Brasília! Como eu esperava, reprovei na barra, e nem consegui terminar a corrida pois minha garganta fechou completamente, não dava para respirar. É lógico que eu queria passar, mas fiquei tranquila com a reprovação. Não sofri, não fiquei triste (até para a minha surpresa). Eu sei que dei meu máximo, mas não foi suficiente, (in)felizmente.
Cheguei muito além do que havia imaginado (minha meta era só “não ir muito mal” na PCDF). De qualquer forma, eu cairia muito na fase de títulos que era classificatória, e meu maior medo era passar por todas as fases para no final ficar de fora. Acho que no fim, foi mais um alívio ter reprovado no TAF logo (risos). Tirei muitos ensinamentos desse concurso, conheci pessoas maravilhosas no caminho, e a reprovação só me fez enxergar que era possível passar, se eu persistisse. No mesmo dia que reprovei, fiz meu planejamento para a PCPR à noite, e passei a me dedicar 100% a esse novo concurso – o resultado vocês já sabem, né? 😊
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