Uma crise comum entre os concurseiros – sejam eles iniciantes ou avançados – é aquela em que o estudante se dá conta de que não está evoluindo, de que não estuda certo e não consegue mudar seus hábitos de estudo. Alguns conseguem sair rapidamente dessa situação, procurando “afiar o machado”, aprendendo novas técnicas de estudo e fazendo as adaptações necessárias na rotina. Outros (a maioria) passam um bom tempo enfrentando essa crise, chegando a ficar paralisados ou até a desistir dos concursos, porque acham que não conseguem mudar.
Bom, por que alguns estudantes sofrem tanto para superar essas crises? Por que não conseguem mudar seus hábitos de estudo assim que percebem falhas nestes?
Sabe-se que a durabilidade de uma crise está ligada a basicamente três motivos: hábitos incorporados como parte da personalidade, reforços recompensadores e auto-hipnose.
Devido ao primeiro motivo, o concurseiro aprende e cultiva determinado comportamento tão fortemente que passa a acreditar que ele faz parte da sua personalidade. Por exemplo, alguns se convencem de histórias como “sou desorganizado”, “sou burro”, “não sou bom em Física”, “minha ansiedade me impede de fazer provas”, “sou indisciplinado”. Quando o concurseiro se convence de que um mau hábito faz parte da sua personalidade, ele cria um motivo para ser e não desejar ou achar que precisa mudar.
Os reforços recompensadores são o segundo motivo para que esses hábitos ruins sejam mantidos. Aqui, alguma recompensa fornece a motivação que a pessoa precisa para não mudar, para que um hábito negativo seja mantido. Por exemplo, alguém que se convence “sou indisciplinado” acaba indo ver séries no horário em que havia estabelecido para estudar. O entretenimento da série gera um reforço emocional que nutre o padrão negativo. Da mesma forma, alguém que acredita que não é inteligente recebe um reforço emocional toda vez que tem baixo desempenho em questões, no sentido de “eu sou burro mesmo, eu estava certo quanto a isso”.
Outro motivo que prolonga crises é a auto-hipnose, também conhecida como “encantamento”. O encantamento nada mais é do que a repetição de frases ou palavras que condicionam a nossa perspectiva sobre a realidade à nossa volta. O concurseiro pode pensar “nunca serei organizado”, “nunca vou aprender essa matéria”, “nunca vou passar em um concurso”, “isso não vai dar certo”. Sempre que repetimos frases assim, estamos reforçando o comportamento negativo subjacente.
Quando o concurseiro se convence de que um mau hábito faz parte da sua personalidade, ele cria um motivo para ser e não desejar ou achar que precisa mudar.
E você, consegue identificar algum padrão negativo para seus hábitos de estudo? Algum desses motivos pode estar te impedindo de mudar?