Boa tarde, galera! Hoje vim abordar um tema meio polêmico entre concurseiros: os resumos. Você já deve ter me ouvido dizer que eu não recomendo a produção de resumos, e nesse post quero esclarecer as razões do porquê.

Razões para NÃO fazer resumos
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Toma um tempo muito grande – a maioria dos concurseiros não tem esse tempo. Mesmo que tenha, eu acredito que ele pode ser melhor aproveitado de outras formas.
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Na maioria das vezes, ao fazer resumos você apenas copia parte de um texto de outro local. Qual o sentido de manter um resumo sendo que você já tem um material mais completo em outra fonte, como um PDF ou livro? O que mais me arrepia ouvir são as pessoas que dizem que fazem resumos à mão de livros inteiros. Meu Jesus!!! Além de desnecessário, imagina a dor na mão de tanto escrever!!
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Algumas pessoas dirão que aprendem melhor a matéria quando fazem resumos. Eu concordo em partes. Ao fazer resumos, você acaba decorando a matéria porque está repetindo toda aquela informação ao escrever. Mas tenha em mente que decorar é diferente de memorizar. Considero isso é pouco eficiente porque decorar não significa necessariamente que você aprendeu aquilo. Lembrar de algo que você aprendeu é memorizar. Nesse mérito, eu considero que as revisões e exercícios suprem um possível perda que você tem na retenção do conteúdo, quando deixa de fazer resumos.
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Quando você faz um resumo logo após estudar uma matéria, corre o risco de colocar nele uma grande quantidade de informações que nunca vai usar em questões. Quem nunca? Uma vez fiz um resumo de Direito Administrativo que tomou dez folhas do meu caderno (à mão!). No fim, eu não usava nem duas folhas para responder às questões. Você só sabe o que seria essencial de se colocar em um resumo (as informações realmente importantes, que caem em prova) depois que resolve uma quantidade suficiente de questões. Nesse ponto, eu acredito que ninguém precisaria mais do resumo para memorizar essas informações.
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À medida que você avança no estudo do tópico, você aprende novos dados e precisa acrescentar ao seu material. E aí, você acrescenta ao material de estudo primário ou ao resumo? Se colocar os dados só no material primário, você pode deixar de ver algo importante nas próximas revisões (pois o resumo é para ter uma fonte mais sucinta de dados para revisar, não?). Se colocar os dados só no resumo, provavelmente o seu material primário que era para ser completo vai ficar incompleto; além disso, seu resumo vai ficando cada vez mais desorganizado e poluído com esses remendos de informações. Se colocar nos dois, você vai levar o dobro de tempo, e também vai deixar o resumo visualmente desagradável, como dito acima.
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Desperdício e acúmulo de papel
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Gastos com canetas coloridas – afinal, resumo sem Stabilo não é resumo né?! Hahaha brincadeira!
Então o que fazer no lugar dos resumos?
Você não precisa de um resumo. O mais importante é que você escolha um material completo, que possa ser consultado caso precise de informações adicionais. . Esse material será cuidadosamente grifado ao longo das revisões, além de ter anotações, post-its, e outras formas de chamar atenção para o conteúdo que você notou que é relevante em questão de prova. Esse material pode ser um livro, PDF de cursinho impresso ou digital, dentre outros. A alternativa que eu sempre apresento aos meus coachees, são os cadernos digitados. São como um caderno feito à mão, a diferença é que (provavelmente) você usará muito menos tempo para confeccioná-los, e alterações dentro de um caderno digitado não o tornam bagunçado nem feio. Não digita rápido? Bom, eu acredito que essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida com muita rapidez, apenas comece a fazer.
Alguns dizem que não memorizamos informações enquanto digitamos, mas eu ouso discordar, por experiência própria e de coachees que hoje utilizam esse método de estudos. Se você se condicionar a um estado de alta concentração enquanto digita, prestando atenção nas informações que insere, fazendo associações, notas, grifos etc. o caderno digitado será tão bom no quesito memorização quanto o caderno feito à mão. Além disso, não fazer resumos permite uma maior disponibilidade de tempo para a resolução de questões – e isso sim, mais do que reler toda a matéria, tem alto impacto na retenção do conteúdo.
Quando o resumo é recomendadoMais para o fim da minha jornada concurseira, eu passei a usar resumos em apenas duas situações:
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Quando mesmo após inúmeras revisões e exercícios, meu desempenho ainda não estava bom, porque a matéria era extensa demais e eu tinha dificuldade de ligar pontos mais distantes. Fiz resumos para o tópico de Licitações, por exemplo. Nesse momento, eu já sabia o que era importante para prova e precisava esta no meu resumo, usei apenas palavras-chaves, prazos em forma de tabelas, dentre outros recursos visuais que me permitissem memorizar melhor os detalhes. Foram resumos extremamente enxutos, e que eu jamais teria feito nessa qualidade no início dos estudos do tópico, quando achava que tudo era importante. Além disso, tudo o que eu já achava que sabia, deixei fora. Só coloquei o que ainda me confundia. Veja que nesse caso, o “resumo” está muito longe de reescrever toda a matéria com suas palavras – são esquemas, mapas mentais, ou post-its com informações pontuais.
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Para matérias com pouquíssima teoria e muitas fórmulas. Aplica-se principalmente a matérias de exatas, como Física, Físico-Química, etc. Novamente, havia pouquíssimo texto nesses meus resumos, apenas esquemas que facilitassem a visualização do conteúdo.
Quem me acompanha há mais tempo, sabe que já fiz muitos resumos – realmente, fiz bastante! Mas foi algo que praticamente eliminei quando percebi que meu tempo era curto e a matéria era longa. Também aderi à prática de revisões intervaladas e resolução alucinada de exercícios, o que me fez perceber que não eram os resumos que me faziam memorizar a matéria, e sim as milhares de questões feitas.
Até!