Resolvi fazer esse post pra tentar dar uma luz pra quem está passando por essa situação – tão temida mas tão comum na jornada do concurseiro. Vamos lá!

Pode desistir? NÃO! Pode ficar triste? Sim! Mas não por muito tempo.

Uma reprovação dói, sim, mas é parte do processo. Dificilmente você vai conversar com aprovados que não foram reprovados em concursos anteriores. Então não se desespere pois, nós, meros humanos, reprovamos. Mas persistimos e um dia passamos. Acho que uma das primeiras providências a se tomar é parar de reclamar. A gente sempre quer achar uma desculpa pra amenizar um pouquinho a queda. Ah porque a banca sacaneou….porque não tive tempo suficiente….porque passei por tal problema…porque não caiu o que eu estudei….Bom. em que isso te ajuda?! Em nada. É preciso encarar suas falhas para conseguir superá-las no próximo concurso. Passada a tristeza, a raiva, você vai pegar sua prova e estudar seus erros e acertos, pra poder adaptar seu método de estudo daqui pra frente. MUDE o que não deu certo, e continue fazendo o que funcionou. Vou dar alguns exemplos:

 

😢 Foi mal porque não consegui terminar a prova a tempo – talvez seja legal fazer mais simulados em casa, para treinar tempo de prova. Adquirir uma estratégia de resolução de provas. Aprender a administrar o tempo. É essencial resolver milhares de exercícios em casa, não só para testar seu conhecimento, mas para melhorar sua velocidade nessa tarefa.

😢 Não conseguia lembrar do que estudei na hora da prova, apesar de já ter visto os conteúdos. Ou errou coisas que “já sabia” – experimentar novos métodos de revisão, de memorização. Se você já tem o conteúdo no seu material mas não consegue lembrar, trabalhe nisso. Provavelmente você não revisou o suficiente, não fez exercícios o suficiente para que aquele conteúdo fosse fixado por repetição. Não adianta estudar todo o edital e não conseguir reter metade do conteúdo visto.

😢 Estudou os conteúdos mas foram cobrados de forma muito diferente do que esperava – resolução de exercícios! Estude a banca, faça todas as questões que encontrar, simule questões. Esteja preparado mesmo para uma situação em que a banca resolva inovar na forma de cobrar questões.

😢 Não sabia a maior parte dos conteúdos – talvez seja a hora de procurar um material novo, curso novo, um livro mais completo. Não adianta ficar estudando por material ruim. Avalie a qualidade e profundidade do seu material com frequência – novamente, isso pode ser feito com a resolução de exercícios. Comece pelo básico, pelo que é mais importante e mais cobrado. Ao longo do tempo, vá aprofundando os conhecimentos.

😢 Aprofundou demais nas matérias e não conseguiu responder o básico na prova – esse é clássico de quem estuda há mais tempo. Compre sinopses, resumos, faça questões mais simples. Paradoxalmente ao item anterior, vemos que o básico SEMPRE cai e às vezes aprofundamos tanto que esquecemos os conceitos mais simples.

😢 Prova muito difícil – desculpa, mas aqui não tem choro. Estude mais. Esteja preparado. Uma prova difícil é assim para todos e, acredite, sempre vai ter alguém aprovado. Estude muito, por tempo suficiente pra ser esse alguém!

E como lidar com o medo de reprovar?

Relato pessoal

Ano passado me inscrevi para o concurso do IGP-RS na área 11, em que iriam concorrer os cursos de Biologia, Biomedicina e Farmácia – para duas vagas da ampla concorrência. O edital era monstruoso. Uma boa parte de Química que eu nunca tinha visto na vida. Farmacologia, Toxicologia – outros calos. Mas tinha que tentar, né? Quando saiu a concorrência, o susto: 2600 candidatos. Para as duas vagas. Oi? Não vou passar.

Já havia planejado viajar de carro com os meus pais para o Rio Grande do Sul (morava no interior de São Paulo) para prestar a prova. Ao saber da concorrência, meu pai perguntou: “tem certeza que vai prestar? São muitos gastos…” Bom, eu realmente havia cogitado não ir (vir) mais fazer essa prova. Nunca que teria chances de passar. O edital estava muito mais favorável às outras áreas do que à minha, o tempo até a prova era curto, os gastos pra ir prestar eram grandes. Mas eu havia comprado vários livros pra essa prova! E foi o que eu respondi: “Ah, eu já comprei tantos livros pra estudar pra esse concurso… Não posso desistir agora”. E fui fazer. Sem pretensão alguma de passar. Eu não fechei o edital. Na minha visão, eu não tinha a menor chance de ficar dentro das vagas do edital. Eu até quase não cheguei a tempo de fazer a prova (congestionamento). Mas fiz, e a minha nota no concurso foi a minha maior até então: 88,5. O fim vocês já sabem… Passei em primeiro lugar.

Hoje eu consigo ver várias lições nesse episódio: O medo da reprovação quase me paralisou. E isso é um grande problema. Eu sei que ninguém quer ser reprovado, mas a verdade é que a gente não sabe quando será nossa vez. Ainda que não fosse a minha, eu teria tirado grandes aprendizados da reprovação. Teria saído com uma bagagem muito maior de conhecimentos.

Como o compromisso me fez prestar a prova. Compromisso que adquiri ao comprar os livros pra estudar. Há muitos estudos sobre isso, que confirmam como o poder da coerência direciona nossas ações. Se eu não tivesse assumido o compromisso de ir prestar a prova antes de sair a concorrência, provavelmente teria desistido.

Como a gente não sabe o que o futuro nos reserva. Eu não fazia questão de passar nessa prova, tanto que quase nem cheguei a tempo. Hoje assumi o cargo e estou vivendo uma das melhores épocas da minha vida aqui no Rio Grande do Sul. A sensação de “encontrei meu lugar” que, por muito tempo me faltou, hoje se faz presente.

Quando eu fiz a prova, não enxerguei nada disso. Então meu recado para vocês hoje é: só perde quem não tenta! Não tenham medo da reprovação!